Dr. Joseph Evans, da Sentara Health (rede com 12 hospitais e 2,8 milhões de visitas/ano), destaca que embora a IA tenha potencial para gerar até US$ 360 bi em economia na saúde, seu uso impõe riscos significativos: privacidade, viés, segurança e confiança do paciente. Para mitigar tais riscos, a organização instituiu um Programa de Supervisão de IA, liderado por altos executivos, com foco em governança e protocolos específicos .
Quais são as diretrizes implementados?
A rede estruturou diretrizes centrais com ênfase nos seguintes pilares:
- Segurança clínica: garantir revisão humana antes de decisões críticas e minimizar riscos de erros clínicos.
- Privacidade de dados: estabelecer controles rigorosos sobre o uso e processamento de informações sensíveis.
- Transparência: esclarecer o uso de IA para colaboradores e pacientes, fortalecendo a confiança.
Além disso, dado que 60% – 75% dos pacientes se opõem ao uso de IA em seus cuidados, estratégias de comunicação transparente são essenciais para construir adesão.
Como isso se articula na prática
O Programa de Supervisão atua em todas as fases:
- Avaliação de novos casos de uso antes da implementação.
- Monitoramento contínuo para detectar desvios, vieses ou impactos adversos.
- Treinamento da equipe sobre limitações e uso adequado da IA, promovendo uma integração consciente com fluxos clínicos.
- Responsabilização: definição clara de quem responde pelos sistemas, com ênfase no papel do profissional de saúde como responsável final.
Impactos esperados
- Segurança do paciente reforçada, evitando diagnósticos ou tratamentos equivocados.
- Confiança restaurada tanto entre a equipe quanto os pacientes, reduzindo receios sobre automação.
- Adesão à regulamentação e mitigação de riscos legais derivados do uso indevido da IA.
Por que outras instituições devem seguir este exemplo?
Sentara mostra que é possível equilibrar inovação e responsabilidade por meio de governança estruturada. Para replicar esse modelo, instituições devem:
- Estabelecer comitês executivos dedicados.
- Criar políticas claras de validação, supervisão humana e análise de risco.
- Promover literacia digital entre profissionais e pacientes.
- Acompanhar impactos e ajustar estratégias conforme feedback real.
Essa abordagem alinhada a práticas éticas e regulatórias favorece adoção segura e eficaz da IA na saúde.
Créditos
Opinião assinada por Joseph Evans, MD, publicada em 11 de junho de 2025 na Chief Healthcare Executive



