O relatório “MAHA: Making Our Children Healthy Again”, liderado por Robert F. Kennedy Jr., secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, está sob intensa crítica por conter erros científicos atribuídos ao uso inadequado de inteligência artificial. Especialistas identificaram múltiplas citações repetidas, referências a estudos inexistentes e links inválidos, sugerindo que partes do documento foram geradas por ferramentas de IA como o ChatGPT.
Falhas nas referências científicas
Dos 522 rodapés presentes na versão inicial do relatório, pelo menos 37 são repetições, e diversas citações fazem referência a estudos ou autores que não existem. Algumas URLs incluem o marcador “oaicite”, indicando o uso de tecnologias da OpenAI. Essas inconsistências levantam preocupações sobre a integridade científica do documento.
Reações da comunidade científica
Georges C. Benjamin, diretor executivo da Associação Americana de Saúde Pública, afirmou que o relatório “não é baseado em evidências” e que “não pode ser utilizado para formulação de políticas públicas”. O uso de IA sem a devida verificação compromete a confiança nas informações apresentadas.
Contexto e implicações
O relatório MAHA foi elaborado como parte de uma iniciativa da administração Trump para abordar questões de saúde infantil nos EUA. Embora aborde temas relevantes como nutrição e exposição a toxinas, as falhas nas referências científicas colocam em dúvida a validade de suas conclusões. A utilização de IA sem supervisão adequada destaca a necessidade de cautela na integração dessas tecnologias em documentos oficiais.
Fonte: Lauren Weber e Caitlin Gilbert, The Washington Post. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/health/2025/05/29/maha-rfk-jr-ai-garble/
