Galaxy Ring e Galaxy Watch 8: como a Samsung usa IA para transformar sua saúde

Enquanto seu Galaxy Watch coleta informações, como frequência cardíaca, quantidade de passos, queima de calorias e tempo de atividade realizada por dia, seu Smartphone capta estes dados brutos, organiza, traduz e te mostra os resultados. Está bem, até aqui não há grande novidade, mas sabia que agora existe também o Galaxy Ring, anel que monitora sua saúde através da inteligência artificial?

Recentemente a Samsung apresentou seu ecossistema de monitoramento de saúde através de wearables que, quando integrados, fornecem informações valiosas através do aplicativo Samsung Health, sobre como melhorar o bem-estar e a saúde do usuário.

Como funcionam os dispositivos da Samsung que monitoram a saúde

Sono, atividade física, saúde cardíaca e nível de antioxidantes – Como o Galaxy Watch ajuda no monitoramento

O relógio inteligente da Samsung captura uma série de dados de saúde ao longo do dia.

O Galaxy Watch 8, por exemplo, coleta três dias de dados de sono, e te informa o horário ideal para dormir. Com dados como estágio do sono, consistência, frequência cardíaca e níveis de oxigênio no sangue, você obtém informações relevantes sobre a qualidade do seu sono, e detecta sinais de apneia obstrutiva moderada a grave.

É também capaz de monitorar e encontrar a frequência cardíaca ideal durante sua corrida, para um ajuste personalizado de intensidade. E mede o VO2max, capacidade máxima de consumo de oxigênio durante exercícios aeróbicos.

Sua saúde cardíaca pode, também, ser monitorada através do controle de pressão arterial, eletrocardiograma (ECG), e envio de alertas em casos de irregularidades, como sugestivas de fibrilação atrial.

A Samsung cita, ainda, este ser o primeiro smartwatch do mundo a medir seu nível de antioxidantes. Ao colocar o polegar no sensor, ele é capaz de medir os níveis de carotenoides na pele, e informar quão saudável é sua dieta e seu estilo de vida.

Teste com o medidor de antioxidantes do Galaxy Watch 8

Em artigo publicado no Android Central, o autor, Michael L Hicks, testou e relatou sua experiência com o recurso Antioxidant Index (Índice de Antioxidantes), do Galaxy Watch 8.

Para a leitura dos níveis, o sensor BioActive, que fica atrás do relógio, usa luzes ópticas para medir os níveis de carotenoides na pele (pigmentos vermelhos, laranjas e amarelos presentes em frutas e verduras).

O autor começou com uma pontuação inicial de 53 e, após cinco dias aumentando a ingestão de alimentos ricos em carotenoides, viu sua pontuação subir para 65, , correspondente a cerca de 80% do nível ideal. Segundo a fabricante, ele chegaria no valor ideal, 75, em até duas semanas.

A maior limitação é que o relógio mede apenas carotenoides — não detecta outros antioxidantes como flavonoides, polifenóis ou licopeno. Mas, ainda assim, o autor conclui que, embora incompleto, o índice serve como um alerta útil para deficiência nutricional.

Galaxy Ring e o futuro do monitoramento feminino com IA

O Galaxy Ring, anel com inteligência artificial da Samsung, possui três sensores: um biossensor óptico, que monitora a frequência cardíaca; um acelerômetro, que rastreia os movimentos e atividades; e um sensor de temperatura da pele, que lê a mudança de temperatura da pele enquanto você dorme.

Este sensor de temperatura da pele é capaz de prever, inclusive, quando será a próxima menstruação, e quando se inicia o próximo ciclo menstrual.

Integrado com o Samsung Health, também rastreia corridas e caminhadas, automaticamente, e monitora o sono e tempo total de ronco.

Smartphone Samsung

Estes dados brutos fornecidos pelo smartwatch e smart ring, quando sincronizados com o smartphone da Samsung, apresenta informações personalizadas ao usuário, através do aplicativo Samsung Health.

Benefícios destes wearables que monitoram a saúde

  • Visão de Saúde Completa e Personalizada: os dispositivos da Samsung fornecem informações relacionadas ao sono, atividade física, saúde mental, nutrição, sinais vitais e saúde do coração, oferecento uma visão ampla da saúde pessoal do usuário;
  • Incentivo à Busca por Ajuda Profissional: estes dispositivos podem funcionar como uma pré-triagem, pois, ao observar alguma informação fora do padrão, o usuário se sente incentivado a buscar atendimento profissional;
  • Conscientização sobre Saúde: uma vez que você possui informações acessíveis, conscientiza e incentiva sobre a importância no monitoramento da saúde.

Desafios e ética que envolvem os wearables na saúde

  • Limitações de Precisão e Necessidade de Validação Adequada: Maarten Falter et al., publicou um estudo, em 2022, na Frontiers in Cardiovascular Medicine, que mostrou que o o Samsung Galaxy Watch Active 2 tende a superestimar pressões arteriais baixas e subestimar as altas. Com isso, os pesquisadores concluíram que esta tecnologia não está pronta para o uso clínico;
  • Privacidade e Segurança dos Dados: embora a Samsung assegure que os dados coletados não são utilizados para treinar modelos sem permissão explícita, há uma preocupação global sobre como estes dados são coletados, gerenciados e compartilhados;
  • Vieses e Discriminação Algorítmica: dados de treinamento podem incorporar ou reforçar vieses, que podem levar a discriminação e exclusão, especialmente em relação a desigualdades raciais e de gênero;
  • Dependência de Terceiros e Custos Futuros: a Samsung utiliza também recursos de terceiros para seu ecossistema de IA, como o Google Gemini, por exemplo. E, se as prioridades do Google, e destes terceiros, mudarem, pode afetar diretamente o uso da tecnologia.

Conclusão

A integração dos wearables da Samsung — como o Galaxy Watch e o Galaxy Ring — com inteligência artificial, marca uma virada na forma como cuidamos da saúde no dia a dia. Ao oferecer um ecossistema que une monitoramento contínuo, personalização e insights em tempo real, a marca transforma dispositivos pessoais em ferramentas de autocuidado preventivo.

Apesar dos avanços, ainda há desafios importantes, como a precisão dos dados, a segurança da informação e o impacto ético do uso de IA em contextos sensíveis. Esses pontos exigem regulamentações claras, validação científica contínua e o uso responsável das tecnologias emergentes.

No cenário atual, o que vemos é o início de uma nova era: em que nossa casa, nossos dispositivos e até nosso corpo se tornam conectados — e aliados — no cuidado com a saúde. Cabe ao usuário fazer uso consciente dessas inovações, e aos desenvolvedores, garantir que elas sejam inclusivas, seguras e realmente úteis.

A Apple, recentemente, divulgou um estudo sobre a coleta destes dados de saúde, de 162 mil participantes e mais de 15 bilhões de horas. A coleta destes dados permitiu o desenvolvimento de uma IA capaz de detectar gravidez em 92% das vezes. Mas não foi só a gestação que a IA foi capaz de detectar. Clique aqui e acesse nosso artigo sobre o estudo.

Referências

O Domingo Neural é uma seção que trata a IA na área da saúde de forma mais leve, menos técnica, para você ler, se informar todo domingo. Acesse e divirta-se.

— 🧠 **Por Gustavo Giannella, para o Neural Saúde** Biomédico especialista em diagnóstico por imagem e inteligência artificial aplicada à saúde. Editor do portal NeuralSaude.com.br, dedicado a mapear e explicar como a IA está transformando a medicina no Brasil. 📩 Quer acompanhar as novidades? Siga o [Instagram @neuralsaude] ou visite o site [www.neuralsaude.com.br] —

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